"Olham os poetas as crianças das vielas

Mas não pedem cançonetas, não pedem baladas

O que elas pedem é que gritemos por elas"

Sidónio Muralha

Envolvemos num só abraço cada criança, cada educador e cada técnico, consolidando harmoniosamente uma base educativa que respeita a partilha e o crescimento mútuo.

O nosso lema

"Direitos que nos dão voz!"

O projeto educativo da nossa instituição tem como lema “Direitos que nos dão voz!”, uma vez que reconhecemos a importância da criança, não só enquanto agente educativo com o direito a ser ouvida e a participar ativamente no processo de aprendizagem no qual está envolvida, como também com direitos que devem ser respeitados e defendidos.

Desde o nascimento, a criança é detentora de uma curiosidade natural que vai desenvolvendo, ao mesmo tempo que compreende e dá sentido ao que a rodeia, num contexto de interação social e processo de humanização cultural. Reconhecer a criança como um ser competente, com as suas capacidades e conhecimentos, é valorizá-la enquanto protagonista, enquanto principal promotor do seu desenvolvimento.

O direito da criança à participação na construção do seu desenvolvimento e aprendizagem e da sua valorização enquanto ser competente, com as suas capacidades, saberes e competências próprias, resulta também do reconhecimento que lhe é conferido pela Convenção dos Direitos da Criança de 1989. Neste documento são lhe reconhecidos, entre outros, o direito de ser consultada e ouvida, de ter acesso à informação, à liberdade de expressão, de opinião e de tomar decisões em seu proveito.

Tendo em vista assegurar o envolvimento efetivo da criança no próprio processo educativo, procuramos dar maior importância ao diálogo na construção das aprendizagens curriculares e na socialização democrática das crianças, promovendo a possibilidade e o direito das crianças e jovens terem oportunidade para exprimir as suas ideias e opiniões e verem a sua participação ser considerada e garantida ao longo de todo o processo educativo.

Situamos o nosso lema de escola no sentido de garantir e valorizar a voz das crianças e dos jovens na organização da instituição escolar e no seu processo de aprendizagem.

Acreditamos que ao promover um ambiente relacional e securizante, em que a criança é valorizada, respeitada e escutada, contribuímos para o seu bem-estar e autoestima, fomentando, assim, a construção da sua identidade.  A consciência de si própria, enquanto sujeito ativo, que tem opinião e de que é aceite por todos na aquisição do seu próprio conhecimento, passa pela participação e envolvimento que, por nós, lhe são garantidos.

Assumimo-nos como uma instituição que favorece um espaço de realização dos direitos das crianças. Um espaço onde se sentem escutadas, respeitadas e onde se podem afirmar enquanto atores sociais, um espaço onde contam com adultos que com elas negoceiam.

Como defende Sarmento, “habituámo-nos durante muito tempo a pensar nas crianças como seres passivos, destinatários da acção dos adultos, sem vontade, sem opinião, sem voz. A partir de uma determinada altura, o reconhecimento de que as crianças são actores sociais, ou seja, sujeitos com capacidade de acção e interpretação do que fazem, levou ao reconhecimento da necessidade, e mais que a necessidade, do direito, da criança em participar na vida colectiva” (2004, s/p).

A instituição educação, mais do que nunca, assume um papel fundamental no desenvolvimento de uma educação crítica que tenha como pressupostos a participação ativa, a discussão e o diálogo, assente no princípio “aprender a democracia pela prática da participação” (Lima, 2000, p. 34), e que inclua as crianças pequenas.

Enquanto instituição educativa que privilegia a participação ativa das crianças e o direito a brincar, acreditamos que quando estas têm liberdade para participar e escolher é através da brincadeira que exploram o mundo que as rodeiam. Pretendemos, por isso enquanto escola, garantir o pressuposto consagrado na Convenção dos Direitos das Crianças, no artigo 31º, de que o brincar é um direito.

Assumimos, na nossa escola, que o brincar não se resume ao espaço de recreio, mas sim um brincar como estratégia de aprendizagem e desenvolvimento dentro do tempo letivo.

A participação ativa das crianças na sociedade depende diretamente da forma como a comunidade olha para a sua opinião, participação e voz. Particularmente, as escolas têm um papel fulcral na consideração que têm na escuta dos interesses e opiniões das crianças e jovens.

Partindo do princípio que crescemos e aprendemos a pensar uns com os outros, a escola surge como o contexto privilegiado para a construção de uma identidade reflexiva através do uso da voz, que permite interagir, argumentar, negociar e construirmo-nos enquanto cidadãos.

A escola tem o dever de promover a aprendizagem da cidadania democrática e potenciar o desenvolvimento de crianças pensantes, críticas, confiantes e intervenientes no mundo atual.

Acreditamos que este olhar e este saber-estar não se restringe ao espaço escolar, pelo contrário, constrói-se e acrescenta-se com as famílias, serviços e parceiros fora de portas, numa construção unificada.

Movimento da Escola Moderna - Modelo Pedagógico do Colégio

Modelo do Movimento da Escola Moderna teve origem em Portugal, no começo da década de 1960. Alguns professores, inspirados na pedagogia de Freinet começaram a desenvolver, em escolas privadas, uma prática pedagógica inovadora baseada em princípios de igualdade, democracia e inclusão (Folque, 2012, p. 51). Inovador, o modelo produziu uma rutura com a pedagogia tradicional transmissiva para promover uma outra visão do processo de ensino-aprendizagem e do ofício de aluno e professor.  A pedagogia que o MEM vem desenvolvendo propõe um modelo sociocêntrico de educação, acelerador do desenvolvimento moral e social das crianças e dos jovens, através de uma ação democrática exemplificante, no decurso da educação formal. “Valoriza o ensino mútuo e cooperativo como estratégia para as aprendizagens e para reforçar o sentido da cooperação no desenvolvimento educativo e social” (Niza, 1987 citado em Niza 2012, p.96).

O modelo Pedagógico MEM entende a democracia como matriz de organização e vivências humanas comprometidas com os direitos humanos e da criança. Assim sendo, o modelo orienta- se segundo três grandes finalidades:

  • Iniciação às práticas democráticas: a criança tem o direito a participar, a escolher e a partilhar as suas opiniões junto do grupo;
  • Reinstituição dos valores e das significações sociais: à necessidade de uma reflexão permanente para clarificar valores e significações sociais;
  • Reconstrução cooperada da cultura: implica perspetivar a aprendizagem como um processo sociocultural e participativo em que os grupos não só têm acesso aos conhecimentos socioculturais da sociedade, como também os reconstroem num processo dialógico de construção de sentido.

Iniciação às práticas democráticas: a criança tem o direito a participar, a escolher e a partilhar as suas opiniões junto do grupo;

Reinstituição dos valores e das significações sociais: à necessidade de uma reflexão permanente para clarificar valores e significações sociais;

Reconstrução cooperada da cultura: implica perspetivar a aprendizagem como um processo sociocultural e participativo em que os grupos não só têm acesso aos conhecimentos socioculturais da sociedade, como também os reconstroem num processo dialógico de construção de sentido.

O modelo surge do trabalho cooperativo desenvolvido pelos professores do MEM em Portugal ao longo de mais de 30 anos. Este modelo parte dos interesses e motivações das crianças para a organização e planificação de espaços, tempos, recursos e conteúdos de forma contratual e dialógica (Rebelo, 2010, p. 63).

São ainda consideradas, para um processo de aprendizagem cooperada, três condições fundamentais, sendo elas: 1) a constituição de grupos heterogéneos; 2) a existência de um clima em que se privilegia a expressão livre; 3) proporcionar às crianças tempo para brincar, explorar e descobrir.

Todos estes pressupostos e finalidades constituem a sintaxe comum, que serve como linha orientadora do modelo, para os vários níveis da educação abrangidos pela nossa instituição:

PROJETOS DE TRABALHO DE APRENDIZAGEM CURRICULAR EM COOPERAÇÃO

Projetos de trabalho cooperativo temáticos, de produção artística, de estudo, de pesquisa cientifica ou de intervenção social, para desenvolvimento das aprendizagens curriculares, acompanhado rotativamente pelo professor.

TRABALHO CURRICULAR EM INTERLOCUÇÃO COLETIVA

Trabalho em coletivo, onde, com a colaboração ativa dos professores e comparticipada por todos, se constroem ou se reconstroem conceitos e saberes ou se procede à revisão ou reescrita de textos que sirvam as diversas áreas do currículo.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO COOPERADA EM CONSELHO DE COOPERAÇÃO EDUCATIVA

Reuniões de Conselho para planeamento, avaliação, análise de ocorrências significativas, reflexão ética para clarificação e construção de regras de vida, para desenvolvimento sociomoral (instrumentos de planeamento/avaliação e Diário de Turma).

CIRCUITOS DE COMUNICAÇÃO PARA DIFUSÃO E PARTILHA DOS PRODUTOS CULTURAIS

Comunicação e difusão do trabalho em projetos, apresentação de produções, divulgação de publicações, exposição dos trabalhos, troca de correspondência e interação virtual. Estas ações são submetidas à reflexão sobre os efeitos da sua apropriação ou utilização social.

TEMPO DE TRABALHO AUTÓNOMO E ACOMPANHAMENTO INDIVIDUAL INTERATIVO

Estudo e aprofundamento dos conteúdos disciplinares, treino e produção intelectual dos alunos guiados por um plano individual de trabalho periódico. Trabalho rotativo do professor para ensino interativo dos alunos que precisam de acompanhamento individualizado.

PROJETOS DE TRABALHO DE APRENDIZAGEM CURRICULAR EM COOPERAÇÃO

Projetos de trabalho cooperativo temáticos, de produção artística, de estudo, de pesquisa cientifica ou de intervenção social, para desenvolvimento das aprendizagens curriculares, acompanhado rotativamente pelo professor.

TRABALHO CURRICULAR EM INTERLOCUÇÃO COLETIVA

Trabalho em coletivo, onde, com a colaboração ativa dos professores e comparticipada por todos, se constroem ou se reconstroem conceitos e saberes ou se procede à revisão ou reescrita de textos que sirvam as diversas áreas do currículo.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO COOPERADA EM CONSELHO DE COOPERAÇÃO EDUCATIVA

Reuniões de Conselho para planeamento, avaliação, análise de ocorrências significativas, reflexão ética para clarificação e construção de regras de vida, para desenvolvimento sociomoral (instrumentos de planeamento/avaliação e Diário de Turma).

CIRCUITOS DE COMUNICAÇÃO PARA DIFUSÃO E PARTILHA DOS PRODUTOS CULTURAIS

Comunicação e difusão do trabalho em projetos, apresentação de produções, divulgação de publicações, exposição dos trabalhos, troca de correspondência e interação virtual. Estas ações são submetidas à reflexão sobre os efeitos da sua apropriação ou utilização social.

TEMPO DE TRABALHO AUTÓNOMO E ACOMPANHAMENTO INDIVIDUAL INTERATIVO

Estudo e aprofundamento dos conteúdos disciplinares, treino e produção intelectual dos alunos guiados por um plano individual de trabalho periódico. Trabalho rotativo do professor para ensino interativo dos alunos que precisam de acompanhamento individualizado.

"A escola é uma grande parceira da família ou a família é uma grande parceira da escola. Tanto faz a ordem em que se coloque, pois o mais importante é que ambas cumpram com o seu papel educador."

Isabel Parolin

As Famílias

Seja para dois dedos de conversa, para a partilha de uma notícia ou num momento de reunião, a família está sempre presente na escola.

A interação com as famílias e com a comunidade permite um melhor conhecimento do contexto social, identificando as necessidades a desenvolver, bem como respostas qualificadas cada vez mais próximas e complementares da realidade existente.

As famílias são os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos, são o maior especialista de conhecimento sobre a criança que entra na escola e por isso, a escola que a recebe só consegue fazer um trabalho de qualidade, que respeite a criança e seja significativo para a mesma, quando ouve e envolve a família no planeamento, avaliação e trabalho pedagógico contando sempre com o seu apoio.

Incentivamos os pais a participarem ativamente na vida escolar dos seus filhos através de visitas à sala, participação em projetos, escrita no diário, reuniões de pais, espaços de reflexão para famílias, idas ao parque, festas, dias e atividades especiais na escola, etc.

A existência de um clima de relação aberto, onde pais e educadores constroem um espaço de confiança, é condição essencial para uma ação educativa participada.

Na relação escola-família, as crianças sentem segurança em relação à confiança que se vai criando entre pais, famílias e escola, os profissionais sentem que há uma continuidade do seu trabalho, e as famílias conhecem, nesta participação conjunta, melhor os seus filhos. O processo de desenvolvimento da criança, tendo em conta uma relação de qualidade entre a família a escola é contínuo e por isso, a escola deve ser um prolongamento de casa e vice-versa. A participação ativa das famílias no processo educativo permite que as crianças sejam apoiadas de forma consistente, tanto em casa como na escola, proporcionando assim um desenvolvimento seguro e saudável.